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An Azul aircraft prepares for departure at Congonhas airport in Sao Paulo, Brazil, November 24, 2015. REUTERS/Paulo Whitaker

Mercado especula sobre saúde financeira da Azul; ações tem forte valorização

Por Gabriel Codas

Investing.com – Em um momento de dificuldade para o setor de aviação comercial em todo o mundo, o mercado acendeu uma luz de alerta para a situação da Azul (SA:AZUL4) nos últimos dias. As informações divulgadas recentemente pela aérea servem de base para analistas tentarem traçar os próximos passos da empresa, criada por David Neeleman.

Na véspera, a Azul anunciou a contratação de dois grandes escritórios de advocacia para ajudar a superar o atual momento, o Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil (TWK) Advogados e Pinheiro Neto, além do Galeazzi & Associados para reorganização do negócio e ainda a Plane View Partners, especializada no relacionamento com fabricantes e empresas de arrendamento de aeronaves.

O site da revista Exame destaca que o TWK tem como uma de suas especialidades a reestruturação de dívida e, principalmente, dentro de recuperações judiciais, sendo os responsáveis pelo caso da Avianca. No caso da Azul, a atuação é na revisão dos contratos de leasing.

Também durante esta semana, Neeleman deixou ocorrer a execução de ações preferenciais da Azul, que garantiam um empréstimo de US$ 30 milhões. Isso fez com que sua participação caísse de 11,4 milhões de papéis para 2,1 milhões. Apesar disso, a posição em ações ordinárias (com direito a voto), ficou intacta.

Assim como a Gol, a Azul espera a definição do governo para um pacote de ajuda as empresas do setor. A expectativa é que sejam colocados R$ 3 bilhões para cada empresa. O dinheiro será oferecido por uma combinação de papéis: debêntures simples mais bônus de subscrição de ações

Com isso, o que se especula do no mercado, de acordo com a Exame, é que Neeleman estaria com todos os motivos para dedicar seus esforços para Breeze, e colocar menos energia na Azul. O nascimento da Breeze é esperado justamente para o momento em que o mundo deve começar a voltar à normalidade.

Por volta das 10h38 desta sexta-feira, as ações da Azul eram negociadas com alta de 5,56% a R$ 16,89, uma das maiores alta do Ibovespa hoje. O principal índice acionário brasileiro operava com ganhos de 2,17% a 79.496 pontos.

A forte alta da Azul é influenciada pela informação de que o BNDES coordena ação com bancos privados para destravar apoio a companhias aéreas, que estão travadas devido à falta de consenso para precificar as debêntures conversíveis que podem ser emitidas pelas companhias aéreas e subscritas pelo BNDES. As ações da Gol também registram forte valorização, entre as maiores altas do Ibovespa, com ganhos de 4,71% a R$ 5,34.

Apesar disso, o desempenho da Azul em abril é negativo em mais de 5%, enquanto sua principal rival, a Gol (SA:GOLL4), ganhou 7,21% no mesmo período. No acumulado do ano, as ações da Azul tem perdas de 72,55% até o pregão da véspera, enquanto os papéis da Gol tem queda similar, com baixa acumulada de 68,04% no ano.

Posição da Azul

Em resposta ao artigo divulgado ontem pela Debtwire entitulado “Plano de renegociação de dívidas da Azul inclui senior notes”, a Azul divulgou nota esclarecendo que não tem intenção de reestruturar seus senior notes com vencimento em 2024. A companhia também esclareceu que os consultores contratados recentemente irão apoiar a empresa nas negociações bilaterais com parceiros, fornecedores e instituições financeiras.